terça-feira, 30 de abril de 2013

Defeitos e feitios.

Eureka! Comecei o texto com uma palavra estrangeira, o que logo aí lhe transfere uma carga de prestígio imensa. Mas não só por isso deve este texto ser engrandecido. Fiz, de facto, uma descoberta que, a par com o vinho tinto, pode ser tida como uma das mais revolucionárias para a nossa sociedade... portuguesa.
É verdade, meus tubérculos, descobri finalmente o porquê dos portugueses chegarem sempre atrasados! Qualquer pessoa de qualquer parte do Mundo que já tenha entrado em contacto com portugueses sabe do que estou a falar. É daqueles hábitos que, a par com o rodar o palito na boca e o dar indicações usando os dois braços e, por vezes, uma perna, mais caracterizam este belo povo. Até agora, ninguém tinha ainda percebido o porquê do português andar sempre a correr atrás do relógio, de estar sempre uns bons vinte minutos atrasado para qualquer evento, desde o casamento até à sessão de cinema. E este é um mal geral, reparem: Qualquer português que se preze sabe que algo combinado para as 16h só começará, no mínimo, às 16:20h, seja um projecto de trabalho ou uma orgia. No caso da indústria pornográfica, são ambos.
E porquê? É esta a questão que impera, e que até agora tem dado cabo da cabeça de muitos estrangeiros. Sim, porque os portugueses já nem se importam... Habituados estão eles! É muito simples, os portugueses chegam sempre atrasados porque têm uma confiança astronómica em si mesmos. Apesar das inúmeras indicações do contrário, e de já se ter atrasado imensas vezes à conta disso, o português é um eterno convicto de que consegue chegar sempre a tempo. A frase que melhor exemplifica isto constitui-se por apenas duas palavras: "Temos tempo."
São 09:25h, um português está no ginásio e sabe que se não for ao duche dentro dos próximos cinco minutos nunca chegará a tempo da reunião das 10h. No entanto, a fé que tem nas suas capacidades de movimentação rápida é tanta que acaba por ficar mais um quarto de hora a mirar as miúdas com calças daquelas que se apertassem mais um bocadinho rebentavam-lhes com as coxas. E no fim, está claro, chega o português um quarto de hora atrasado à reunião por ter falhado nas estimativas que fez acerca das suas capacidades de movimentação. Ele sabia, lá no fundo, que não ia chegar a horas, mas ao mesmo tempo estava plenamente convicto de que era desta vez que ia conseguir! O que lhe vale é que ninguém se importa, porque naquela reunião estão bastantes homens e todos eles compreendem o valor de um bom rabo.
Posto isto, como é possível pensar-se sequer em repreender os portugueses, um povo tão confiante e ciente das suas capacidades? Que na maior parte das vezes não correspondem à realidade, é certo... Mas o que conta não é a intenção?

Abreijo.

Sem comentários:

Enviar um comentário

A cada comentário morre uma criança em África, relativamente a cenas.
Veja lá o que vai fazer.