segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Condutas horripilantes.

Ai, sociedade sociedade... O que vale é que enquanto existires, este blogue terá sempre assuntos para debater. Quer dizer... cenas, vá.
O assunto que lhe trago hoje, caro leitor, é um assunto que poderá estar ligado ou não ao do post anterior. Isso agora é consigo, não queira que eu venha aqui matar-me a escrever e ainda escolher por si.
Visto que a maior parte dos meus textos contêm uma quantidade razoável de questões, decidi começar este mesmo texto com uma exclamação, só para dar uma certa ideia de "inovação" à coisa: As pessoas que vêem filmes de terror são estúpidas! E são estúpidas porquê? (Ora aqui está a bela da questão, para não destoar dos restantes textos). Vejamos: O leitor gostava que eu lhe aparecesse por detrás da porta da cozinha quando estivesse a preparar uma sandes de coentros (ou seja lá o que você costuma comer) empunhando uma faca e gritando "ALELUIA, ALELUIA, A MÁQUINA DE LAVAR LOIÇA JÁ ESTÁ NA FASE DA SECAGEM!"? Se estiver inclinado a dizer-me que sim, então é melhor parar de ler e ligar ao professor Bambo para que ele preveja se o seu futuro será mesmo estar deitado numa das camas do manicómio. Se, por outro lado, decidir responder que não, então porquê ir ao cinema ver isso acontecer, ainda que ficticiamente, a outras pessoas? Gosta de ver outras pessoas sofrer, é isso? Pensando bem, ligue ao professor Bambo de qualquer maneira, seu sádico...
Porque, é o seguinte... Não sei se isto é só de mim, mas um dos sentimentos que não coadunam propriamente com a minha pessoa é o medo, o receio, a apreensão. E como não me encaixo lá muito bem com estes sentimentos, prefiro evita-los ao máximo no meu dia a dia, dentro dos possíveis. E é aí que entra (ou não, decida-se) o leitor: Enquanto eu faço os possíveis para não ter sustos, há... BESTAS que pagam 5€ (preço standard, não contando com os belos dos filmes 3D) para passarem no mínimo 1:30h a assustarem-se. Falo, obviamente, nos filmes de terror de "qualidade", se assim lhes podemos chamar, porque há alguns que chegam a ser ridículos. Mas nem assim pagaria 5€ para os ver, porque para ridícula já basta a minha (tentativa de) barba. Se quero ver cenas ridículas, guardo os 5€ do filme na carteira e fico a olhar-me ao espelho, do nariz para baixo. A minha barba sim, era capaz até de assustar o próprio Tim Gunn, ou mesmo um ou dois daqueles senhores alemães que participam naqueles concursos de barbas anuais (os concursos, não as barbas).
Para terminar, até porque tempo é dinheiro e de dinheiro preciso eu (daí a ideia que se segue), deixo-vos, portanto, uma proposta que, para além de ser benéfica para todos nós, era capaz de atenuar o sentimento de revolta que sinto pelas pessoas que se querem assustar de forma deliberada: Em vez de pagarem 5€ para ver um filme de terror num ambiente tão impessoal e tão pouco comunicativo como uma sala de cinema, dêem-me esses mesmos 5€ e podem ficar a olhar para a minha barba enquanto falamos sobre como ela é ridícula e irregular. Assim, gastam na mesma os 5€ mas conseguem assustar-se e divertir-se em simultâneo, enquanto falam com uma pessoa interessantíssima e com muito para dar. Excepto latas de atum e de milho, que essas são os pilares estruturantes da minha alimentação.
Por fim, e prometo que agora é a sério, deixo-vos com uma questão estúpida e que, ao mesmo tempo, serve para encher texto: advirá a palavra "coitado" da palavra "coito"? E se sim, será esse realmente um bom nome para se chamar a alguém que esteja a passar por dificuldades na vida?
Pensem nisso, da próxima vez que decidirem usar umas palavras quaisquer assim "à maluca" para adjectivar alguém...

Arigato,
Abreijo.