segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Plágio corpóreo.

Hoje o caldo vai entornar! Talvez não em Portugal, que já se faz tarde, mas provavelmente nos Estados Unidos alguém vai bater com o pé num móvel enquanto leva o jantar para o quarto e vai entornar o caldo. O que é que isto contribui para este texto? Pouco, se nada. A ver vamos, se algo se aproveita daqui...
Ora, tenho começado muitos textos a insultar pessoas variadas, e para não quebrar a corrente aqui vai outro: Eu sou estúpido. Mas o facto de ser estúpido não me impossibilita de ter um sentido de justiça apurado. Sou tão capaz de partir a perna a um cão como a um gato! Estou a brincar, eu não testo os meus textos em animais...
Se há coisa que não gosto, para além de cremes e velas de cheiro (muito macho, o menino...), é de ver alguém a receber os louros pelo trabalho de outros, sejam eles académicos ou indianos que fazem sapatilhas a preços muito baixos. E, no entanto, todos temos dentro de nós um parasita social destes. Não são lombrigas, não senhor... É o nosso coração! Sim, esse baterista de meia-tigela, sobre quem recaem todas as esperanças de vida dos seres vivos. Até aí tudo bem, não refuto a importância do coração no que toca a bombear sangue, e nos manter vivos e tal. Mas condeno veemente - reparem que não condeno de uma maneira qualquer - essa mania que o coração tem de ficar com os créditos de tudo o que é sentimentalismo humano.
Porque reparem, é o nosso cérebro que nos faz sentir... sentimentos, mesmo. Não é o coração. O máximo que o coração nos pode fazer sentir é dor, e não daquela de "Ai, estou tão triste que dói!". Dor verdadeira, de quem nos espeta uma estaca no coração por pensar que somos lobisomens devido ao pêlo que acumulamos na zona das virilhas. Dor aguda no braço, daquela que é capaz de nos deixar com um novo aspecto visual de um dos lados do corpo para o resto da vida. Esses sim, são sentimentos que o coração produz. Mas, mesmo esses têm que ser assimilados pelo cérebro, porque é esse menino que nos faz compreender que, sim senhor, estamos a ter uma trombose.
Isto percebia-se antigamente, atenção: A falta de entendimento e de melhor interpretação faziam com que o ser humano associasse tudo ao coração, até porque sem ele não dava para fazer muitas mais coisas. Mas hoje em dia, com uma nova abordagem, já é tempo de se dar ao cérebro o valor que ele merece. E não falo em termos da comunidade intelectual e científica, porque esta está anos-luz à nossa frente. Anos-luz ou não fosse ela... científica, pois. Falo em termos de: casais parvos.
Sim, estou completamente ciente do perigo de criticar casais. É que são logo duas pessoas, melosas e intransigentes, a mandar vir comigo... Mas à luz do que acabamos de concluir - mais eu do que vocês - porque é que ainda continuam a mandar corações à vossa cara-metade? Não é aí que se encontra o amor, meus caros! Aí só está sangue, por vezes alguma heroína e uma batida rítmica que deixaria o baterista dos Metallica envergonhado (já que falamos em heroína). O amor está mais acima, no cérebro... ou mais abaixo, segundo algumas mulheres. Mas não vamos por aí.
Portanto é isto que eu defendo: deixem de mandar corações para os vossos companheiros, comecem a mandar cérebros. Pode ser estranho ao início, mas... mas nada, é o correcto. Os corações não são menos nojentos. Desenrasquem-se!

P.S.: Não se aproveitou mesmo nada do caldo... Nem neste texto, nem no jantar do americano.
Abreijo.