quarta-feira, 27 de julho de 2011

Opinião desconstrutiva.

Gruas. Decidi passar a parte das introduções e começar logo por identificar o tema que me traz aqui hoje. Isto e o facto de que, não tendo nada para fazer, ao menos tenho Internet e posso sempre chatear-vos/maravilhar-vos com as minhas tretas construtivas.
Em que aspecto, então, é que as gruas me afligem? Calma, também não é assim tão grave. Elas não me afligem, apenas me intrigam. Não sejam extremistas.
Ora, sempre que olho para uma linda paisagem, seja ela campestre, litoral, citadina ou as pernas da Elsa Raposo, vejo sempre lá pelo meio uma grua, um vértice na maior parte das vezes amarelo e que já aprendi até a ignorar, a encarar como parte da vista. É por isso que não estranharia em ver um areal imenso com uma grua a fazer de poste de bandeira, ou uma dona de casa a substituir a Bimby por uma grua e passar a cozinhar almoços de Domingo em família literalmente com muito ferro.
Há, no entanto, uma coisa que ultimamente - e talvez devido ao meu amadurecimento pessoal e acrescida capacidade de observação e de questionamento do que me rodeia - me tem vindo a intrigar no que diz respeito a este aparelho tão útil e versátil, que nos impede de ter que chamar o Sultan Kosen ou, no caso português, o ego do Cristiano Ronaldo sempre que queremos acrescentar um 23º andar num arranha-céus, ou uma nova parede no apartamento da Sónia Brazão. E o que me intriga é o facto de, sempre que vejo uma grua, esta já estar totalmente construída e pronta para acção. Isto levar-me-á a questionar, portanto, e naturalmente: Como é que se constroem as gruas? Serão precisas outras gruas para se montar uma grua? E se assim for, como foi construída a primeira grua do Mundo, se não haviam mais gruas nenhumas para ajudar na montagem?
Alain Robert, o chamado "Homem-Aranha francês", só nasceu em 1962, e penso que antes disso já se construíam... coisas. Portanto, não me parece muito provável que tivesse sido ele a escalar as vigas de ferro uma a uma para ir montando a grua, qual miúdo de 7 anos, vulgo João Moutinho, que monta toda uma panóplia de edifícios estranhos e de origem duvidosa com as suas peças de Legos.
Pensem nisso da próxima vez que virem algo a ser construído. É certo que nos tempos em que vivemos é raro haver dinheiro para construir alguma coisa, mas se por qualquer milagre dos deuses passarem por algum edifício que tenha sido abençoado com o privilégio de ser (re)construído, pensem bem no que nos está a ser escondido, no que nos andam a ocultar. É certo que as gruas andam a ser construídas, não querem é que saibamos como. Desconfiem, meus caros, desconfiem de tudo e de todos. Nestes tempos modernos, nem em gruas podemos confiar como dantes!

Dêkuji,
Abreijo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Meias-macaquices.

Tenho tantas saudades vossas que só o pensar escrever de novo para vós já me faz tremer os joelhos. O que até nem é assim tão mau, visto que vos escrevo bem sentado e com um sentimento de profunda preguiça, que só a mim me é característica. Assim, até os tremores dos joelhos se mostram preguiçosos e, no fundo, não existem.
Portanto, e depois desta introdução que de útil tem muito pouco, qual Batatinha num qualquer evento com o propósito de animação, comecemos então pelo que realmente interessa, pelo menos para mim. Há um factor que me caracteriza, um aspecto pelo qual me rejo todos os dias e que me define enquanto ser único e estonteante que sou: nutro uma afeição muito grande pelo sexo feminino. Sim, é verdade! Era capaz de pegar nas mulheres de todo o Mundo e fazer uma metragem tão longa quanto o nariz do Júlio Isidro, os dentes do Júlio Isidro, a altura do Júlio Isidro... Caraças, que o gajo é mesmo estranho...
No entanto, há coisas pelas quais já deixei de tentar exigir uma explicação, coisas que esse mesmo sexo vê como adquiridas e que, pelo menos para mim, continuam a ser tão incógnitas como o porquê dos Teletubbies terem sequer sido inventados - encaremos os factos, toda aquela série é ridícula. Estarei eu a falar da sua pré-disposição para o drama? Do seu tão mal-amado amor (passo a redundância) por compras? Das suas dores de cabeça - espontâneas ou não - mal o companheiro chega à cama? Não. Estou a falar, pura e simplesmente, da sua ideia de estética, de simetria visual em relação ao seu próprio corpo.
Mais propriamente, refiro-me à sua ideia de depilação bem feita, dos pêlos que se devem ou não retirar. Não me interpretem mal, adoro uma mulher que não me provoque cócegas quando lhe toco, nem que me prenda os dedos nos pêlos quando lhe afago as pernas. Não percebo, no entanto, e mais concretamente, a sua recusa em fazer a depilação aos braços. Mulheres, com todo o respeito: qual é a distinção que fazem entre os restantes pêlos do corpo e os pêlos dos braços? Até entendia se encarassem os pêlos dos braços como alguns indianos encaram as vacas. Mas visto que não me parece ser esse o caso, porquê querer mantê-los?
Obtive respostas de que ao depilar os braços os pêlos cresceriam mais fortes, e que portanto era melhor mantê-los tão puros como o bigode de um miúdo de 14 anos que aprendeu agora a usar a Internet para pesquisar coisas que os seus avós condenariam por completo. Para além de relativa, esta ideia é, muito simplesmente, estúpida. Se depilar as pernas é aceitável, nesse sentido, o que é que os braços têm de muito diferente? E não me digam que a razão principal é pelos braços serem mais observáveis do que as pernas, num contexto social. Se toda a gente fosse como eu, o primeiro sítio de avaliação que consideravam em relação ao sexo oposto seria as pernas. Para além disso, todos sabemos que chegam a haver mulheres que mostram mais as pernas do que os braços, de tão orgulhosas que estão dos seus membros inferiores. E não as vemos a conservar os pêlos das pernas intactos com medo de se tornarem no pé-de-feijão gigante da história do João.
Ainda há as "espertas", as que decidem alourar os pêlos na expectativa de que fiquem menos visíveis. Fazer isso é o mesmo que ser o Francisco Louçã, na esperança de fazer ouvir as suas ideias: é apenas estar enganar-se a si próprio. Pintar os pêlos de loiro, para além de vos dar um ar de pré-adolescência, também vos dá um ar de desleixo, de desespero por tentar esconder algo da forma menos trabalhosa possível.
Sim, já referi que nutro muito carinho e admiração pelo sexo feminino. E também não desgosto de símios, por exemplo. Mas a junção de ambos já me parece forçada. Mulheres: deixem que sejam apenas os culturistas a parecer macacos, da cintura para cima. Em vocês, as que querem parecer realmente femininas, fica-vos muito mal.

Sinceramente,
Um fã preocupado.

Maketai,
Abreijo.