quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Enrolanços pouco higiénicos.

Vai ter de ser. Epá, desculpem, mas vou mesmo ter de falar sobre este assunto. É que uma pessoa depara-se com esta situação todos os dias, e não a pode ignorar para sempre.

Rolos de papel higiénico. Calma, não se preocupem… Prometo não ser demasiado escatológico, até porque não tenho nada contra o papel higiénico em si. Tenho, isso sim, contra o rolo!

No geral, concordo com o conceito: enrolar o papel higiénico dá muito jeito de um ponto de vista prático e, até, de um ponto de vista lúdico. Que o diga o meu cão, que se diverte à brava a desenrolá-lo. Mas, de um ponto de vista do aproveitamento, o rolo de papel higiénico é só uma ideia estúpida. Pelo menos, da forma como é feito atualmente...

Ter um buraco no meio do rolo dá jeito, sim senhor. Não digo que não. Mas era preciso fazer um buraco tão grande? Onde é que vão enfiar o rolo, num pinheiro? São campistas com problemas intestinais, vocês? É que, quanto maior o buraco, menos papel higiénico terá o rolo. E eu, quando compro uma coisa, gosto de comprar o máximo possível dessa coisa, com o mínimo possível de espaço vazio. No fundo, gosto do meu rolo de papel higiénico como gosto dos meus sacos de batatas fritas: quanto menos ar, melhor.

A maior parte dos suportes de rolo de papel higiénico são da largura de uma simples caneta. Qualquer buraco no rolo maior do que isso, é só desnecessário. E quem diz rolo de papel higiénico, diz rolo de cozinha, que isso é tudo farinha do mesmo saco!

Depois, há ainda outro dilema: o que fazemos com o rolo, quando acaba o papel higiénico? Deitamos fora? Fazemos colecção no armário mais próximo da casa-de-banho? Damos aos nossos filhos para que eles possam construir bonitos animais cilíndricos na escola, para o Dia do Pai? É mesmo isso que queremos, restos de artigos sanitários para o Dia do Pai?!

Eu não sei, porque ainda não sou pai. Mas sou utilizador assíduo e fã confesso de papel higiénico, e, para mim, esta situação não pode continuar.

Abaixo os rolos! Acima o papel higiénico!

Mas não demasiado acima, porque convém que uma pessoa consiga chegar lá sem precisar de se levantar…


Abreijo.

Esclavagismo em cima do prato.

Eu saio pouco de casa. Quando saio, começo a contar os minutos até voltar para casa, porque, no fundo, e vão-me perdoar a sinceridade, eu não tenho paciência para vos aturar. É por isso que, quando realmente saio de casa, gosto sempre de ter a certeza de que vai valer a pena, e de que é por uma boa causa.

E é por isso que não percebo o conceito de buffet. Excluamos, desde logo, o facto de se parecer com uma palavra portuguesa bastante desagradável – a bufa – e analisemos em que consiste essa forma de refeição: VÁ VOCÊ FAZER! Ora, eu teria todo o prazer em fazer, claro… Se estivesse em casa! Mas como investi tempo e esforço para me preparar para sair de casa – tipo tomar duche e vestir uma roupa minimamente decente –, não me apetecia ainda ter de fazer o meu próprio prato fora de casa.

Porque, vistas bem as coisas, essa é a principal razão pela qual eu saí de casa: para não ter de me preocupar em tratar de mim próprio! Quero ter o privilégio de atirar dinheiro a alguém e ser essa pessoa a fazer aquilo que eu quero por mim. É só estúpido atirar dinheiro a alguém e ainda ter de trabalhar... Para isso, ia às meninas.

Dito isto, consideremos o buffet: qual é a diferença entre eu atirar duas folhas de alface e um bocado de carne para um prato em casa e fazer exactamente o mesmo num restaurante, mas a pagar? Correcto, a diferença é o “pagar”. É que nem é a velha questão do ‘pagar para ser mal servido’, é mesmo pagar para nem sequer ser servido!

E as pessoas engolem isto, literalmente. Ficam todas contentes porque pagaram e, agora, podem ir buscar o que querem comer. Isso também se faz nos supermercados, e por muito menos dinheiro do que num restaurante!

Como tentativa de atenuar este problema – no qual as pessoas não reparam que estão a ser alvo de uma espécie de escravidão gastronómica encapuzada –, alguns estabelecimentos adicionam ainda o “privilégio”, para justificar a sua barbárie, de podermos repetir o prato as vezes que quisermos. Ou seja, em vez de apenas um, porque não levanta você próprio o rabo da cadeira e vem elaborar mais outro prato de comida?
 
Enfim, se vocês não sabem o que fazer ao dinheiro ao ponto de irem elaborar pratos fora de casa, falem comigo. Abri um buffet novo ali na esquina. Só serve pontapés e chapadas na boca a pessoas com muito dinheiro, mas sem qualquer senso comum.

Abreijo.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Opressão ao corta-unhas.

Comecemos com a tão necessária pergunta: porque é que eu não posso cortar as minhas unhas onde bem me apetecer?

Pronto, já estou alterado… Uma pessoa tenta não se exaltar, mas assim fica difícil! Isso da liberdade, que muitos apregoam, é muito giro, mas, pelos vistos, é só para alguns. Liberdade de expressão, liberdade de imprensa, liberdade religiosa e liberdade de voto, tudo bem. Agora, liberdade de cortar as minhas unhas num autocarro ou numa esplanada à beira-rio é que ‘tá quieto!

Quem foi o água de esgoto que decidiu que cortar as unhas em público era nojento? Por causa da suposta sujidade que se acumula? Quer dizer, se forem as unhas de um camionista, depois de um fim-de-semana em viagem constante e sem grande acesso a toalhetes húmidos, eu até percebo; é que o sebo entranha-se. Mas, as minhas, tão arranjadinhas?! Eu trato-lhes das cutículas todos os dias, lixo-as todas as semanas e pinto-as sempre que há ladies night: como é que são nojentas?!

Pode também haver quem argumente que é para evitar que os bocados de unha voem para a cara das outras pessoas, ao que eu respondo: “Ah, mas o paintball já é uma coisa muito linda, não é?!” O princípio é o mesmo: projécteis cheios de ‘nhanha’ lá dentro. E quem estiver muito incomodado, pode sempre passar a andar na rua com um colete à prova de bala; principalmente quando eu estiver a cortar as unhas dos pés, que são as mais imponentes.

Porque é que eu tenho de andar a cortar as unhas às escondidas na casa de banho, como um drogado? É assim tão mau, aquilo que eu estou a fazer? Serei o único que o faz? Preferem que as corte à vossa frente ou que as deixe crescer e vos faça um golpe no braço quando estiver a dar-vos um aperto de mão?

Ah, bem me parecia.


Abreijo.