segunda-feira, 25 de março de 2013

Aprender irritando.

Depois de todas as facetas de indignação que aqui já vos transmiti, não me admiraria que ficassem com a ideia de que sou uma pessoa antipática. Mas não, na verdade sou tão simpático como um cão com cio. Com jeito até sou capaz de me agarrar à vossa perna, se gostar mesmo de vocês.
No entanto, tenho que admitir que por vezes tento evitar certos tipos de pessoas. Mas tipos muito específicos, que vão um bocado além daqueles que a generalidade das pessoas tenta ao máximo evitar. Com drogados posso eu bem, por exemplo, pois temos mais ou menos o mesmo estado mental. E até com políticos me dou bem, principalmente porque quase só os vejo na televisão. Também não faço muita questão de aprofundar amizades com eles. Tento, isso sim, evitar ao máximo pessoas que me irritam profundamente, daquelas que se tivesse uma pistola à mão era capaz de disparar sem hesitar. Não para elas, mas para os seus tios-avós mais chegados, ou assim. Só para aprenderem!
E é raro haver quem me consiga irritar mais do que pessoas que estão a tirar a carta de condução. E atenção, não estou a falar de pessoas que já têm licença para conduzir! Falo, isso sim, de pessoas que ainda estão em vias disso. Tirar a carta de condução é como uma gripe, é algo que dá e passa. E ainda bem que assim é, porque nessas alturas as pessoas ficam insuportáveis e nem com termómetros no recto isso lhes passa. Acreditem, eu já tentei...
E ficam insuportáveis porquê? Porque as pessoas que tiram a carta de condução querem sempre tentar ao máximo mostrar que sabem. Quando se está a tirar a carta, os níveis de show-off de uma pessoa aumentam na casa dos 98,73%, de acordo com números oficiais... do meu cérebro. E isso até se percebe num contexto de aula, ou de uma prova de avaliação. Em qualquer outro contexto, não é assim tão relevante. Porque, vejam: às pessoas que nunca tiraram a carta de condução não lhes serve de nada que andem a balbuciar factos rodoviários a toda a hora, elas simplesmente não fazem nem querem fazer ideia do que vocês estão a falar; às pessoas que já tiraram a carta de condução, provavelmente também lhes servirá de pouco porque, lá está... já tiraram a carta!
No entanto, continua a haver uma quantidade alarmante de parvalhões que não conseguem acabar um café curto com amigos sem lhes falar em contra-ordenações graves, ou ir de pendura num carro sem dar palpites acerca do estacionamento da pessoa ao volante. Se está ao volante, muito provavelmente já sabe conduzir! Certo? Certo.
E depois passa-lhes. Como por milagre, mal estes indivíduos começam finalmente a conduzir acabam por perceber que os seus conhecimentos não eram assim tão especiais. (Quase) Todas as pessoas que andam na estrada também os tinham. Afinal, não eram nenhuns génios rodoviários. Incrível, não é?
Eu, por exemplo, raramente fazia isso na escola. Independentemente da quantidade de conhecimentos que tivesse, não fazia muita questão de os debitar. Na maior parte das vezes, até me tentava esconder debaixo da saia da Carla "Badalhoca" sempre que o professor fazia uma pergunta para a turma. Às vezes fazia-o só por lazer, tanto meu como dela. Mas na maior parte das vezes era por causa disso das perguntas...

Abreijo.

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