sábado, 9 de março de 2013

A mentira e o caprino.

Pantufa. Pantufa, pantufa, pan-tu-fa, pantufa. Gosto bastante da palavra pantufa... Infelizmente só costumo usar chinelos.
Bom, fui difamado. Acusaram-me de ser mentiroso porque, para efeitos de comédia, disse ter feito algo que na realidade não fiz. Foi apenas uma pequena invenção para dar outra cor à piada que formulei na altura, na minha cabeça. Mas fui descoberto, e agora não consigo dormir. E porque é que não consigo dormir? Porque tenho um vizinho novo cujas cordas vocais estão convencidas de que são familiares directas das cordas vocais do Pavarotti. Mas só de manhã durante o banho, quando ele sai do banho voltam ao seu estado normal. O meu vizinho, não o Pavarotti... Enfim.
Não, isso não me incomoda minimamente. Chamem-me aldrabão à vontade que eu não me importo. No que toca ao humor, a aldrabice chega a ser uma arte, quando bem aplicada. De facto, a mentira faz muitas vezes parte da própria essência do factor cómico. Quem nunca acrescentou certos factos a uma história para a tornar mais engraçada? Se eu disser que o Tobias foi a uma reunião de trabalho sem gravata porque entornou-lhe café em cima, a história não é assim tão engraçada. No entanto, se eu disser que o Tobias foi a uma reunião de trabalho sem gravata porque emprestou-a a um panda que queria cometer suicídio por não ter conseguido entrar num novo filme da Disney, a história já se torna mais interessante. E atenção, este é um exemplo onde só se substituem alguns elementos da história.
De facto, há casos em que a própria história na sua totalidade é inventada. Porque as histórias contadas muitas vezes nem aconteceram. Se eu disser: "Um inglês, um francês e um português foram a um bar..." Não pá, não foram! Podem ter ido a um bar, mas cada um na sua vez. Acho muito difícil terem ido todos juntos. A menos que estejamos a falar na cafetaria da sede da ONU, aí pode muito bem ter acontecido. Ora, isto é logo o início da história. Se a história já começa com uma mentira, torna-se óbvio que o resto também o será. Mas com este tipo de piadas vocês não reclamam! Sabem que é mentira, mas papam tudo! Já eu não posso dizer que usei um pé-de-cabra para assaltar um multibanco mas depois fui devolvê-lo à cabra porque ela batia sempre com o focinho no chão quando tentava andar. Disso vocês já não papam, é uma mentira e um ultraje! Mas tem piada, portanto digo-o. Desde que essa mentira não prejudique ninguém, não há problema. Neste caso até foi bom para a cabra, que todos os dias me agradece com dois queijos pela manhã. Já só tenho que comprar o pão.
E depois há ainda as mentiras que são ditas só para que se possa introduzir um determinado tema. Como esta história de me terem chamado de mentiroso. É mentira, foi só para poder escrever este texto.
Até loguinho.

Abreijo.

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