quinta-feira, 18 de julho de 2013

Professores inacabados.

Que me perdoem os que tive até hoje, mas há uma certa categoria de profissionais que simplesmente não consigo tolerar. Esses profissionais são, como não poderia deixar de ser, os professores. Até porque diz no título, e era mau estar agora a contrariar-me a mim próprio. Eu nunca faria isso! Quer dizer, talvez fizesse... Ou não, não sei.
Mas atenção que não são todos os professores, até porque respeito bastante o enorme esforço de pessoas que têm como função educar bestas como eu. Para além disso, não quero ter os sindicatos à perna. Os professores que eu tenho sérias dificuldades em aceitar como bons profissionais são aqueles mais preguiçosos, que desistem de fazer o seu trabalho a meio. Poderão reconhecer facilmente este tipo de profissionais da educação: São aqueles que obrigam os alunos a acabarem-lhes as palavras. Sim, existe um tipo de professores que acha que o seu dever não é ensinar, mas sim treinar as crianças para uma eventual participação futura em concursos televisivos de adivinhar palavras.
A aula dá-se da seguinte forma: O professor entra e cumprimenta os alunos. Logo aí, já gastou 15% da sua energia. Depois, tira o livro da pasta e indica aos alunos a página do início de matéria. Mais 5% para o galheiro. É então que se começa a mentalizar de que vai ter que se levantar e escrever no quadro. Gasta mais 20% de energia, só de pensar. O acto de levantar-se e realmente escrever no quadro desgastam, respectivamente, 30% e 60% da sua energia. E reparem que já vamos num total de 130%, pelo que se conclui que ou eles se esforçam muito para além das suas forças, ou eu sou mesmo bastante fraquinho a matemática. Ou então fui mal ensinado.
É, portanto, inevitável que, quando chegar a altura de perguntar aos alunos "Como se chama a figura geométrica que desenhei no quadro?", só lhe reste energia para dar a meia-dica: "É um qua..." E pronto, fica a bola no campo dos alunos. E a estes apetece dizer: "QUADRADO! Como você, sua besta!" Mas não dizem, senão têm negativa. A verdade é que, da palavra quadrado, por exemplo, a parte mais difícil é mesmo o "... drado", que ainda exige algum trabalho de língua.
Mas talvez mais incómodo do que isso é o silêncio constrangedor que fica na sala, perante a pergunta meio-respondida do professor. Porque os alunos até podem saber a resposta na totalidade, mas sentem-se a fazer papel de parvos ao ter que completar a frase do professor. Isso não é fixe, nem radical, nem baril! Okay, "stôr"?
Que direito têm, então, estes profissionais de exigir um salário completo? Porque é que não recebem apenas um "salá...", com um valor a metade do normal? Se nem se dão ao trabalho de tentar completar as suas próprias frases, porque razão lhes temos que de dar boas condições de vida, quando lhes podemos proporcionar apenas "... de vida" e deixar-lhes angariar o resto?

Abreijo.

1 comentário:

  1. Ah! Ainda bem que não estás a falar de todos os professores.;)

    Xénia

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A cada comentário morre uma criança em África, relativamente a cenas.
Veja lá o que vai fazer.