quinta-feira, 28 de maio de 2015

Lápis cor-de-quem, afinal?

Acho o racismo uma coisa horrenda, principalmente quando é promovido entre crianças. E reclamam vocês: "Então dizes isso dessa forma abrupta, sem nos avisar de antemão?" E eu respondo que é bem-feita, é o que vocês merecem depois daquilo que me fizeram naquele parque de estacionamento na esquina do coiso... Se não foram vocês, então peço desculpa.
Sim, a promoção de pontos de vista racistas durante o período de formação e educação das crianças é desagradável, principalmente quando elas querem estar concentradas nas aulas e não lhes é permitido. Veja-se o meu caso, por exemplo: quando eu era pequeno tinha um colega na minha turma que era africano, e sempre que eu lhe pedia o lápis cor-de-pele acabávamos por ter uma discussão, porque ele queria-me impingir o lápis castanho. Eu tentava explicar-lhe que não, não era bem aquele lápis que eu queria, mas ele, perante a minha impossibilidade e falta de meios para descrever aquela cor de outra forma, insistia.
E é muito isto, senhores formadores. Por que raio é que decidiram chamar uma qualquer cor de cor-de-pele? Onde é que tinham a cabeça, na Europa feudalista do século XVII?
Dou-vos, mais uma vez, o meu exemplo: no inverno, com a falta do Sol, a minha pele chega a ser quase translúcida, e eu sou, supostamente, caucasiano. Nos casos como o meu, também o lápis branco pode ser considerado cor-de-pele? E o lápis amarelo, se eu estiver mal do fígado? E o lápis roxo, se eu estiver embutido em 50 centímetros de neve? Ou será que, pelo contrário, quem se arriscar a tais denominações acaba por ter negativa no teste por não saber distinguir as cores?
Quem fala em racismo entre seres humanos, também pode falar de racismo entre plantas, entre frutas ou entre bebidas alcoólicas. E aqui vai: o cor-de-rosa, porque é que é cor-de-rosa? Todas as rosas são, vá lá, rosa? Não há rosas vermelhas, amarelas, brancas? Porque é que essas cores não são, também, chamadas de cor-de-rosa?
E o cor-de-vinho, porque é que se chama cor-de-vinho? Todos os vinhos têm aquela vermelhidão escura, a cair para o roxo? E o vinho branco, que nem é bem branco? E o vinho verde, que nem é bem verde?
A única denominação que acaba por fazer algum sentido é o cor-de-laranja, e mesmo essa fruta é verde ou amarelada quando está... pois, verde. Mas, estando madura, até faz sentido.
Pronto, era só isto. Não vos tomo mais tempo porque sei que têm de ir virar frangos, ir de mini-saia para a esquina ou seja lá o que vocês fazem para ganhar a vida.

Abreijo.

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