Deixemo-nos de assuntos triviais que acrescentam pouco, deixemo-nos de minudências que não interessam a ninguém. Vamos falar a sério! Estou a brincar, foi só para o susto...
A verdade é que o tema de hoje é, realmente, de uma escala significativamente maior. Dirijo-me a vós, embora textualmente, neste tão belo dia de Sol/vento/chuva (dependendo da vossa zona geográfica) para vos dar conta de um assunto de extrema gravidade. Que é, justamente, a gravidade. Cá está, o primeiro trocadilho! E que bem metido, diga-se de passagem.
Falo, obviamente, daquela força da natureza que atrai as coisas, e que com a falta dela nos vemos a flutuar. Não são os seios de senhora, mas a gravidade. E a gravidade é tão... grave porquê? Porque não tem sido suficientemente compreendida pela maior parte das pessoas. A gravidade, caro leitor, é a Terra a ser impertinente. A existência de gravidade significa que qualquer parte do nosso corpo está constantemente a ser puxada para baixo. As coisas não caem, as coisas são puxadas. Quando vou na rua, por exemplo, o meu braço não está caído, a descansar. Está é a ser constantemente puxado para o centro da Terra. Logo eu, que odeio que me puxem pelo braço. E quem diz o braço diz também o cabelo, ou mesmo os próprios tintins. É um bocado egoísta, este centro da Terra...
Àqueles que estão, de momento, sentados ou deitados a ler isto: estão bastante confortáveis, não estão? Isso de estar a descansar tem o seu quê de agradável, não é? Agora pensem que, na verdade, o que vos está a acontecer é que estão a ser continuamente espalmados contra uma superfície, embora seja mole. Não estão a descansar, estão é a deixar que vos puxem. É o equivalente a estar na altura do recreio e não reagir de todo ao facto do bully da turma vos estar a empurrar contra a porta do cacifo. A gravidade é o eterno bully. Não é, portanto, de admirar que este país esteja como está. Estamos situados num planeta com altos níveis de bullying, quando podíamos perfeitamente viver na Lua ou em Marte, zonas muito menos propícias a esse fenómeno.
A existência de gravidade significa, portanto, que quando partem o vaso chinês da vossa avó podem sempre justificar-se com uma atribuição de culpas à gravidade emanada do centro da Terra. É que este, na sua eterna ganância por possuir um vaso chinês (todos sabemos que o centro da Terra pela-se por loiça estrangeira), puxou-o com força demais e este partiu-se em cacos. Sempre foi assim, quem tudo quer, tudo perde.
Significa isto também que sempre que vos "cai" uma torrada ao chão, na verdade é a gulodice do centro da Terra a falar mais alto. A torrada não caiu, a torrada fugiu-vos da mão e o centro da Terra aproveitou-se do vosso momento de descuido para tentar merendar. Não admira, portanto, que, como diz o ditado, o pão do pobre caia sempre com a manteiga para baixo. É claro que, a poder escolher, o centro da Terra não irá escolher pão em seco.
Abreijo.
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