segunda-feira, 24 de junho de 2013

Colecção pequeno/médio.

Há quem diga que o melhor do Mundo são as crianças. Há quem diga também que o melhor do Mundo é comer um gelado numa esplanada mirando o vasto areal, onde casais desinibidos atiram a precaução ao mar e decidem estragar as suas férias gozando de uma alergia nas zonas genitais devido à areia que se lhes entranha nas partes baixas.
Eu sou mais adepto da segunda hipótese. Até porque a primeira, apesar de não estar errada, está incompleta. Eu também gosto de crianças (e alerto aqui para o simples verbo "gosto" para que não haja confusões), mas há que encarar com seriedade as suas limitações. E nem falo nas suas limitações motoras ou verbais, características da idade. Até acho piada a uma criança que não consiga fazer um quatro com as pernas quando está bêbada. O que mais me aflige nas crianças é o seguinte: Já viram o dinheiro que se gasta ao longo da vida em roupas para criança? São rolos de dinheiro que gastamos com estes pequenos seres. E não falo apenas de um pequeno par de calças ou de uma t-shirt. Gasta-se sempre muito mais do que isso.
Do boné ao sapato, passando pela roupa interior da fase pós-fralda, são tudo roupas que já sabemos que irão deixar de servir num futuro bastante próximo. Até pode ser um bom investimento, caso queiramos ter um número de filhos idêntico ao de uma pequena maternidade. Mas, mesmo assim, duvido muito que o Pedrinho queira vestir a mesma saia que em tempos vestiu a Leonor, que agora é prostituta e já nem saia veste.
Comprar roupa para crianças é como investir em determinada tecnologia, hoje em dia: Já sabemos que dali a uns meses teremos que comprar outra mais recente. A diferença é que, enquanto os aparelhos tecnológicos vão ficando cada vez mais pequenos, a roupa para as crianças tem que ser cada vez maior. E de marca, que os meninos começam eventualmente a tomar-lhe o gosto!
"Qual é a tua solução então, espertinho?!", perguntam vocês com a boca ainda cheia de batatas fritas. Engulam isso, é feio. Visto que a eliminação das próprias crianças seria uma medida demasiado drástica e, ao que parece, até bastante imoral , vejo-me na obrigação de propor uma política do desenrasque: Porque não enrolar a criança num lençol e mostrar-lhe desde cedo como viviam os antigos gregos? Ou envolvê-la num cortinado assim mais extravagante e ensinar-lhe os modos de conduta do antigo império otomano? O que eu não faço pela cultura...
É verdade sim senhor, podem sempre dar as roupas aos mais necessitados. Até é um acto nobre. Resta saber se os próprios miúdos necessitados querem realmente vestir a mesma roupa que em tempos vestiu a Leonor prostituta, que trabalha agora lá na esquina e lhes fornece maços de tabaco fanados aos clientes.
Em último caso, parem de ter filhos. É simples, basta não se roçarem na praia enquanto tento desfrutar do meu gelado.

Abreijo.

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