terça-feira, 9 de dezembro de 2014

As mãos das mães.

Se estão a ler isto no Dia da Mãe, então estão na época correcta e podem continuar a ler. Se não estiverem, o que eu até percebo porque as probabilidades são bastante baixas - uma em 365 (ou 366, se for ano bissexto) -, fechem qualquer que seja o suporte através do qual estão a ler isto e voltem só a abrir no dia correcto.
Vá, até breve!


Pronto. Agora que chegou o dia, vamos falar sobre mães. Já aqui falei da minha, e continuo-lhe extremamente grato por me ter parido. Parecendo que não, ainda lhe deu algum trabalho, principalmente na zona da genitália.
Tenho de admitir uma coisa: A minha mãe é uma super-heroína! A minha e, desconfio que, todas, porque aquilo de que vos vou falar agora é transversal a todas as senhoras que já puseram no Mundo algum rebento. É o seguinte: A capacidade que a minha mãe tem para pegar e manusear coisas quentes não é deste planeta. As mãos da minha mãe estão tão calejadas que desconfio que, para ela, as luvas de forno sejam um mero acessório de moda. Aquilo nem lhe chega a ser útil, apenas fica bem com aquela echarpe bege que comprou quando foi passar umas férias de Verão ao deserto do Saara.
É que, para provar uma refeição, a maioria das mães nem precisa de colher-de-pau: Põe a mão dentro da panela e tira um punhado do que quer que esteja a cozinhar. Se for sopa, faz uma conchinha com a mão e até dá a provar aos outros, que vão imediatamente para as urgências com queimaduras de segundo grau e bolhas de pus nas paredes interiores do estômago. Para a minha mãe, a comida nunca estava quente, eu é que era um mariquinhas. O que não deixava de ser verdade, embora a comida estivesse, efectivamente, quente...
Uma vez, propus à minha mãe uma sessão de manicura para me certificar de que ela ainda tinha mãos de carne e osso, e que não as tinha perdido um dia quando me estava a mudar a fralda, ou assim. Não só descobri que era muito bom a pintar unhas como também acabei por levar um estalo, porque ela não gostou dos Monets que eu lhe desenhei. Em suma, concluí que ela tinha umas mãos normais mas muito, muito pesadas.
Não quero, de todo, entrar naquelas brigas de crianças de "O meu pai é mais forte que o teu!", ou, "O meu avô come mais gajas do que o teu tio, que até faz da prostituição um estilo de vida!". Mas tenho a certeza de que a minha mãe era capaz de extinguir um vulcão activo atirando a lava ainda quente para dentro da caldeira vulcânica com as suas próprias mãos, sufocando-o. Tudo isto num dia de semana, enquanto via a novela.
No fundo, o que eu quero dizer é: A minha mãe é melhor do que a vossa, nhê nhê nhê, nhê nhê, nhê!
Raios, eu prometi que não ia fazer isto...

Abreijo.

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