domingo, 13 de março de 2011

Vitinho alternativo.

Oh, que fofos! Fizeram um clique qualquer que vos trouxe directamente a este meu humilde mundo? Vejam lá, se vos custou assim muito. Chegaram bem, a viagem foi boa e agradável? Aceitaram cacahuetes da menina do "Chá, café, laranjada?". Se não, deviam - são divinais!
Pronto. Apesar de todo o meu apreço e respeito pela comunidade, deixemo-nos de "mariquices". Vamo-nos divertir? Vamos, com certeza. Pelo menos eu vou, visto que gravei o último episódio de uma das vinte novelas da noite da TVI e aprecio muito toda a comédia - vulgo, "ridicularidade" - intrínseca aos momentos dramáticos das tramas. Isto até poderia ser um trava-línguas, mas não me apetece muito encará-lo como tal. Decidam vocês...
Ora, não é novidade nenhuma que o ser humano é sádico, que é mesquinho, que adora ver na queda de alguns o engrandecimento de outros. E é-o, incrivelmente, mesmo deitado na cama. É verdade, meus amigos/conhecidos/low-lives que vêm aqui só porque sim, mesmo a adormecer muitos de nós conseguimos ser maus, cruéis até. Diga-me lá, caro leitor, se não é daquelas pessoas que apreciam ouvir a chuva a bater na janela quando está deitado na cama, naquele limbo entre a realidade da qual faz parte, não muito felizmente, a Paula Bobone, e a terra dos sonhos (ou, em alguns casos, os extensos pastos de estupefacientes). Não quero que me interprete mal, caro leitor. A nossa relação até agora até tem sido muito boa e gratificante, e aposto que sem a sua presença neste meu espaço, a minha vida não seria a mesma e eu já teria ido a um qualquer supermercado comprar lâminas de barbear para fazer uso delas (e, visto que não sou possuidor de elevadas quantias de fios capilares faciais, penso que deduzirá rapidamente o que eu quis dizer com isto). No entanto, ambos sabemos que as relações não são perfeitas, e são pequenas/grandes coisas como esta que me desagradam em si.
Senão, pense: Enquanto você se congratula por estar sozinho na cama (sim, porque alguém que estivesse acompanhado, dificilmente prestaria atenção ao débil som da chuva, a menos que ela fosse tão forte como as lágrimas de Luís de Camões ao ver todos os erros ortográficos que os jovens de hoje em dia decidem cometer nas inúmeras redes sociais) a ouvir a chuva bater-lhe na janela, o que é feito do pobre coitado que acabou de ser expulso pela janela da casa da amante porque o marido da senhora quase os apanhou a fazer aquilo que eu gosto de classificar como "contorcionismo exacerbado"? Para além de toda esta situação desagradável, terá agora que levar com a chuva quase nu, pois não teve tempo de levar toda a roupa com ele. E, para além disso e não menos importante, a minha casa, que, a longo prazo, terá que ser pintada mais frequentemente, por causa da chuva e das "patadas" dos gatinhos que decidem ir passear na lama à lá Brad Pitt em início de carreira e transportar metade dessa mesma matéria para as paredes do meu lar. Nisso não pensam, vocês.
No entanto, tenho uma solução que, se levada a sério, vos poderá ser útil. Ora cá vai, e seja o que Chuck Norris quiser: Substituir cada pingo de chuva por um próprio gato. Deste modo, as leis da física tornavam quase impossível a inclinação dos mesmos em direcção à vossa janela e, para além disso, o som seria um pouco diferente a cada "pingo", tornando a coisa muito mais interessante e divertida. Seria uma espécie de jogo de identificação de sons, no qual o leitor tentava adivinhar como teria caído o gato no chão. Se o som fosse muito abafado, decerto que teria caído de face, e por aí adiante. Numa outra hipótese, poderíamos esventrar os gatos ainda antes de caírem, e quando deitado na cama o leitor poderia identificar o som do coração, da orelha direita ou, mesmo, de um qualquer dos intestinos (este último seria mais fácil de identificar, visto que seria um som muito mais longo e duradouro que os restantes). Veja lá bem, caro leitor, que até estou disposto a pintar a minha casa de vermelho, ou a revesti-la com cola de modo a condizer com esse mesmo fenómeno climático. Quando me perguntassem de que cor tinha eu pintado a minha casa, eu diria orgulhosamente e com um largo sorriso no rosto: "De chat de ciel!".
Pronto, era isto que tinha para vocês hoje, meus caros. Para, mais uma vez, vos apontar os vossos defeitos e realçar os meus, como a minha mente relativamente sádica ou o meu ódio por gatos (se bem que eu continuo a considerar ambos virtudes). Para, portanto, preencher as vossas vidas e as vossas lacunas mentais com ideias e projectos que, não deixando de ser fantásticos, decerto não irão para a frente, pelo menos não neste país. O que é inconcebível e, ao mesmo tempo, me deixa descansado, visto que assim não sou conhecido como alvo de ribalta num país onde ainda dão trabalho em televisão à Bárbara Guimarães.

Dankon,
Abreijo.

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