sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Afinal não é desta nova geração.

Há quem diga que esta geração está perdida, que antigamente é que era ou, até, que ainda é do tempo em que um micro-ondas custava 35 contos.
Recentemente, e graças à playlist do meu sobrinho de 2 anos, cheguei à conclusão que a culpa não é dos jogos de vídeo, da violência na televisão ou, mesmo, do facto do Super Mário matar tartarugas com bolas de fogo lançadas pelas mãos. A culpa da violência, da falta de civismo e do mau comportamento das crianças - que leva a um excesso de birras (em italiano "cervejas", mas deixemo-nos disso) - é, isso sim, das músicas para crianças.
Músicas que falam, por exemplo, sobre o facto de um puto chamado Manel ter-se distraído e um cão lhe ter mordido e roubado a bola. Músicas que falam, também, sobre o facto de um outro puto chamado João ter perdido o seu balão com o vento. E qual é o resultado? Ficam ambos a chorar desalmadamente, enquanto pessoas sádicas os observam e aproveitam para escrever canções.
Existem ainda músicas que gozam com o facto de uma criança ter visto um sapo e ter-se assustado. É apenas normal que assim seja, e penso que não seria necessário enxovalhar a criança por ter-se assustado ao ver um animal que come moscas com a língua/pega-monstros e que imita as bochechas do Mário Soares a cada 2 segundos. São crianças, mas têm bom gosto!
Depois, existem ainda as histórias de adormecer... Ora bem, uma carocha (o insecto, não o automóvel) solteirona que não consegue encontrar um marido. Logo aí a história vai contra as tradicionais histórias de princesas bonitas com quem qualquer um queria ... cof cof... , mas que esperam pelo seu príncipe encantado. A carocha não, vai para a janela e faz-se a todos, começando a escolhê-los a dedo. Finalmente decide-se por um rato, de seu nome João Ratão (nome original, para um rato), que lhe preenche todas as suas aspirações. E o que é que lhe acontece? Cai dentro de um caldeirão com sopa a ferver e morre, certamente ficando na sala aquele cheiro a porco queimado, logo seguido de um elegante aroma a cozido à chinesa (composto por rato e um patê de miolos de macaco, para quem não sabe).
Outra história de adormecer que não me parece muito correcta, e para acabar com isto, é a história do Capuchinho Vermelho. Para ser breve: Uma rapariga que vai a casa da sua avó acamada, mas que encontra um lobo mau disfarçado dela mesma. Aí ele faz uma investida para a menininha, mas eis que chega um lenhador que lhe corta as entranhas com um machado (qual Jack Torrance) para retirar a avó de dentro dele.
E assim adormecem as crianças, depois de contada uma bela história. Querem o quê, que elas sonhem com borboletas, com elefantes cor-de-rosa ou com unicórnios? Para isso dêem-lhes um charro, ao invés de lhes contarem estas histórias verdadeiramente gore. Ou metam-lhes uma pastilha de metilenodioximetanfetamina (ecstasy, para os menos experientes na cena) no leite, antes de se deitarem.
No fundo, o que eu quero dizer é: Abaixo as drogas, a menos que cantem e contem aos vossos filhos coisas como as atrás mencionadas, que retrocedem o processo de civismo humano. Aí é preferível recorrer às drogas.

Kanimambo,
Abreijo.

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