Hoje o caldo vai entornar! Talvez não em Portugal, que já se faz tarde, mas provavelmente nos Estados Unidos alguém vai bater com o pé num móvel enquanto leva o jantar para o quarto e vai entornar o caldo. O que é que isto contribui para este texto? Pouco, se nada. A ver vamos, se algo se aproveita daqui...
Ora, tenho começado muitos textos a insultar pessoas variadas, e para não quebrar a corrente aqui vai outro: Eu sou estúpido. Mas o facto de ser estúpido não me impossibilita de ter um sentido de justiça apurado. Sou tão capaz de partir a perna a um cão como a um gato! Estou a brincar, eu não testo os meus textos em animais...
Se há coisa que não gosto, para além de cremes e velas de cheiro (muito macho, o menino...), é de ver alguém a receber os louros pelo trabalho de outros, sejam eles académicos ou indianos que fazem sapatilhas a preços muito baixos. E, no entanto, todos temos dentro de nós um parasita social destes. Não são lombrigas, não senhor... É o nosso coração! Sim, esse baterista de meia-tigela, sobre quem recaem todas as esperanças de vida dos seres vivos. Até aí tudo bem, não refuto a importância do coração no que toca a bombear sangue, e nos manter vivos e tal. Mas condeno veemente - reparem que não condeno de uma maneira qualquer - essa mania que o coração tem de ficar com os créditos de tudo o que é sentimentalismo humano.

Isto percebia-se antigamente, atenção: A falta de entendimento e de melhor interpretação faziam com que o ser humano associasse tudo ao coração, até porque sem ele não dava para fazer muitas mais coisas. Mas hoje em dia, com uma nova abordagem, já é tempo de se dar ao cérebro o valor que ele merece. E não falo em termos da comunidade intelectual e científica, porque esta está anos-luz à nossa frente. Anos-luz ou não fosse ela... científica, pois. Falo em termos de: casais parvos.
Sim, estou completamente ciente do perigo de criticar casais. É que são logo duas pessoas, melosas e intransigentes, a mandar vir comigo... Mas à luz do que acabamos de concluir - mais eu do que vocês - porque é que ainda continuam a mandar corações à vossa cara-metade? Não é aí que se encontra o amor, meus caros! Aí só está sangue, por vezes alguma heroína e uma batida rítmica que deixaria o baterista dos Metallica envergonhado (já que falamos em heroína). O amor está mais acima, no cérebro... ou mais abaixo, segundo algumas mulheres. Mas não vamos por aí.
Portanto é isto que eu defendo: deixem de mandar corações para os vossos companheiros, comecem a mandar cérebros. Pode ser estranho ao início, mas... mas nada, é o correcto. Os corações não são menos nojentos. Desenrasquem-se!
P.S.: Não se aproveitou mesmo nada do caldo... Nem neste texto, nem no jantar do americano.
Abreijo.
Abreijo.